Por anos e anos tive uma News num trem chamado TinyLetter. Enfim. Eu gostava. Era fácil de usar. Mas não soube muito bem o que fazer dela. Não encontrava um mote. O site era fácil de usar, difícil era eu. Sou eu.
Daí, fomos despejados da TinyLetter (Deus, eu amava esse nome fofinho) e fiquei pensando que-que eu ia fazer. Então, um escritor que adoro começou a escrever no Substack (que na minha cabeça chama-se Substrack, não sei por quê) e eu descobri que a Monix também estava aqui produzindo o Duas Fridas com a Helena.
Xeretando, encontrei conhecidos vagos, queridos específicos, gente que sinceramente achei que nunca mais veria na minha vida, gente que escreve maravilhosamente bem e nem sabe que existo, gente da gringa, gente que nem forma corpórea tem, gente simpática, vários meninos e meninas que poderiam ser meus filhos, gente que finge que eu não existo (mas eu existo, meu benzinho), meu segundo chargista preferido (o primeiro é o absoluto e eterno Glauco, o pai do Geraldão), gente que fala sobre arte, artistas, carros, escrita, vinho, autismo, poesia, moda, eleições (as americanas, porque sobre as brasileiras estou em negação), filmes, casa arrumada, bitchos, viagens, livros, gente nova muito querida, gente que discute como criar filhos ou plantar hortas urbanas, vários poetas e daí falei Olha, que beleza.
Descobri como transferir meu catálogo de assinantes da newsletter antiga para cá e, bem, abri o boteco em 04 de fevereiro.
Mantenho o melhor que posso a regularidade dos escritos, menos em semanas como a que passou, que foi feita de hecatombes nucleares e pesadelos ambulantes.
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Por algum motivo, provavelmente porque estou mais velha (bem mais velha) e mais calejada (bem mais calejada), acabou que descobri meu assunto, meus assuntos e, ao contrário do que acontecia na news antiga, nessa news daqui sei o que fazer: falar acerca de arte, escrita, livros e blocos amarelos, o atum que cozinho pensando na Luciana e cebola que é perfeitamente picadinha porque meu padrão é corte é impecável, o livro em que trabalho agora, o livro que um dia farei com o Iata.
Ainda, com o pessoal que me ajuda financeiramente a manter o Drops no ar, falo também das minhas pesquisas, minha busca pelas palavras e sobre meu desconcerto do mundo, camoniana de primeira água que sou e sempre serei.
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Manter uma newsletter é uma das muitas maneiras de tocar pessoas quando você as quer tocadas. Fotolog, blogs, Facebook, Instagram, TikTok, WhatsApp, o horrendo Telegram, os quase sempre chatíssimos podcasts, coluna em sites de jornalismo profissional — ou nem tanto — também eram, ou são, jeitos outros de alcançar e ser alcançado.
Manter uma newsletter é mandar notinhas e olás, beijocas e uns estou aqui ainda, ainda, é mais um canal para contar histórias, relembrar histórias, transformar histórias, inventar histórias.
E, ah, gostamos tanto de histórias.
Enfim. Faz seis meses para mim. Foram seis meses muito felizes. Conheci tanta gente nova, comecei um livro com as cousas daqui — debaixo da sua atenção —, recuperei um sentimento de graça e alegria na escrita que, sinceramente, achei que não voltaria nunca mais.
Obrigada por estar aqui e me emprestar seu olhar.
Foram seis meses importantes para mim.
Um beijo, até quinta,
Fal.
Mas gente! Não vou nem tentar fingir costume! Toda vez que somos citadas aqui eu desmaio ou morro um pouco (de emoção, de emoção)... Beijo Falzuca!! Amo sua news e amo ler suas coisitas por aqui
Também falo substrack ? Adoro seus textos 😌