É quase madrugada. Levei a Tela para a rodoviária às dez horas da noite, mas o trânsito era o mesmo das seis da tarde. Eu estava brava e assustada porque ela ia embora e descontei nela, sendo rude e malvada. É inacreditável que A Tela ainda fale comigo. Que qualquer um ainda fale comigo.
*
A Juliana foi conosco e na volta, depois de deixá-la em casa, dirigi sem rumo por mais de duas horas.
*
Fui até o Pacaembu, à Vila Mariana, cruzei a Avenida Paulista algumas vezes. Passei na frente da casa do meu pai, dos nossos cinemas preferidos, da nossa padoca, do nosso café. Passei na frente da nossa livraria. Há tanta coisa nesta cidade, tanta gente, tanta luz.
*
Quero acreditar que você está em algum lugar e que, a qualquer momento, vou encontrar você de casaco de treinador russo e chapéu marrom, o café na mão, batendo no peito para procurar o maço de cigarros em um dos bolsos, as sobrancelhas grossas, o rosto tão sério.
*
O livro:
Sonhei que a neve fervia, de yours truly, 2012, editora Rocco.
em breve sonharei com a neve...
Tenho o livro. E sobre 2007, eu fui, eu tava.(virtualmente, mas tava.)